4 de março de 2015

Lista: top 10 animes inesquecíveis

Assisto anime desde os meus seilá, 12 anos? quando aluguei uma fita na locadora chamada "Akira" (e fiquei traumatizada com a violência hahaha), enfim, de uns anos para cá tenho assistido cada vez menos e posso dizer que hoje em dia só consigo acompanhar um título que tenha algo a dizer em termos de qualidade de estória, composição de personagens ou originalidade, não desce mais qualquer coisa fora isso não.
A listinha abaixo representa meu top 10 nesse meio e boas indicações que obviamente também passam por gostos pessoais, portanto podem ser boas para mim mas péssimas para outros, acontece :).

1988 - Meu Vizinho Totoro/Tonari no Totoro (GHIBLI)
Clássico e clichê? Talvez hahaha, mas Totoro está já inserido na cultura pop inclusive ocidental, então deve ter alguma coisa para dizer aí.
Esse não foi o primeiro trabalho do estúdio GHIBLI que vi, curiosamente, mas me chamou atenção não pela estória ou personagens, mas sim a sutileza como foram construídos os bichinhos. Dizem que John Lasseter, diretor da Pixar, é grande fã de Hayao Miyazaki e isso com certeza pode ser visto na criação de seus personagens não-humanos, com trejeitos engraçados próprios baseados nos animais de onde foram inspirados (em "Procurando Nemo" por exemplo).
Também não deixa de ter referência à "Alice no País das Maravilhas" quando Satsuki e Mei entram numa toca e encontram o Totoro e seu mundo mágico, enquanto no mundo real a mãe está doente no hospital. Apesar da premissa a estória é incrivelmente leve e divertida, e como disse, a forma como Totoro mexe seus bigodinhos e dá aquela bocejada gostosa, ou tem trimiliques com as gotas de água caindo em seu guarda-chuva, só isso já fazem o filme para mim :). Fora a originalidade, um gato-ônibus com ratinhos nos faróis, os bichinhos poeira com olhinhos, são pequenas coisas que fazem esse filme especial, vale a pena. (fico feliz em ter um tio que apresenta esse filme à todas as crianças novas na família, gostaria eu de ter visto quando era pequena. E elas ficam completamente fascinadas com o Totoro e seu movimento corporal).




2002 - Ghost in the Shell - Stand Alone Complex I e II (Masamune Shirow)

As pessoas conhecem muito o filme de Ghost in the Shell, mas a maioria não sabe que muito material foi produzido desde então, incluindo 2 séries de tv (essas mencionadas no título), um segundo filme e um OVA recente. É aquela coisa, Ghost in the Shell influenciou e ainda influencia muito o ocidente e podemos ver isso em filmes como Matrix, Transcendence, Lucy, HER, por exemplo. É a obra de entretenimento que mais e melhor abordou até agora o conceito homem-máquina, tanto no aspecto físico, psicológico, social quanto no filosófico (particularmente o ponto forte dos filmes e série), e é por isso mesmo que não é muito fácil de entender, mas é sempre fascinante.
Vi a série de tv por volta de 2004 e não entendi muita coisa, revi a primeira temporada uns meses atrás e muita coisa já faz mais sentido, muita mesmo. É impressionante como essa estória dos anos 80 conseguiu prever coisas que começam a acontecer depois de 2010, fenômenos sociais e de comportamento humano em relação à internet por exemplo e o que isso pode gerar (incluindo interação social, crimes virtuais, doenças virtuais, para começo de estória). Mas é claro que sua futurologia é ainda para após o nosso presente (ou não), com a introdução de pedaços ou o corpo inteiro ciborgue para cura de doenças, substituição de partes ou do todo em caso de acidentes ou simplesmente curiosidade pela vida eterna enquanto a mente durar. E como fica a política nesse mundo? A base da estória mostra o ponto de vista dos policiais e o estudo de crimes decorrente dessa nova sociedade do futuro. Mas essa é apenas a casca, porque se humanos estão se tornando cada vez mais artificiais, o que impede dos robôs também adquirirem consciência? E qual é o linear entre uma mente humana num corpo artificial e uma mente inteligente em um robô?


Abertura 1ª temporada (CG ruim dos anos 2000, mas é só abertura, a série é animação normal):

Abertura 2ª temporada:

2002 - Azumanga Daioh (Kiyohiko Azuma)

Azumanga Daioh, como descrever? Estória do dia a dia de alunas do 1º ao 3º ano no colegial. É super simples mas a construção das personagens é o que importa aqui. A série é a melhor comédia que já vi em anime e é absolutamente non-sense. A professora estressada, a aluna brisada, a esportista, a aluna mega fofa. Todos os esteriótipos mas colocados de uma forma estranhamente muito engraçada. Série leve e muito, muito brisada para ver a qualquer hora, é realmente difícil explicar, é preciso ver :)



2003 - Viagem de Chihiro/Sen To Chihiro no Kamikakushi (GHIBLI)

Já coloquei esse aqui na listinha de filmes preferidos e de fato, é meu favorito do GHIBLI. Normalmente os filmes do estúdio me encantam mais ou na estória, ou nos personagens, ou no mundo construído, ou nos bichinhos. Esse me pegou em todos esses aspectos. O mundo dos deuses Shintoístas (se não me engano, não sou especialista) é maaravilhoso, os bichinhos espíritos/deuses incrivelmente criativos e diferentes, a estória, as mitologias apresentadas, os personagens "humanos", a trilha sonora, olha, é simplesmente impressionante, recomendo à todos *_*.





 2004 - Monster (Naoki Urasawa)
É difícil falar sobre esse anime sem contar spoiler, mas o que basicamente penso é que ele poderia facilmente virar uma série de tv ao nível de Hannibal, por exemplo, ou um filme com tons do Silêncio dos Inocentes. Monster é uma série de suspense adulta em que os elementos de uma trama são apresentados à conta-gotas e prende até o final. O terror psicológico é o forte dessa obra, vale muito a pena.



2005 - Paradise Kiss (Ai Yazawa)
Paradise Kiss é antes de tudo uma série emocional para mim. A vi após depois de retornar de 3 meses no Japão lá por 2007 e estava bastante desgostosa com algumas coisas que vi por lá. Paradise me fez pensar em aspectos positivos da cultura, especialmente a moda alternativa japonesa. Não foi exatamente uma inspiração, mas acho que passei por um processo parecido à da Yukari, pouco a pouco me apaixonando pela imensa criatividade da moda alternativa, mudando completamente minha aparência e modo de pensar sobre a moda em geral.
Para mim o principal da estória é isso, se apaixonar pela arte e não os dramas pessoais de cada personagem. O ateliê de Parakiss e as pessoas apaixonadas pelo que faziam é um sonho de consumo até hoje que está naquele cantinho do coração :).
Paradise Kiss é isso, amor pela moda colorida, punk, vintage, e mil etcs :)




2005 - Honey and Clover
Esse também é um anime emocional hahaha. Eu diria que dentro de algumas reservas é um Paradise Kiss só que da arte, não da moda (apesar de Parakiss ter mais ritmo).
Acho que tenho um carinho especial porque assisti na época de faculdade, vivendo em república e a vida com amigos apenas, num meio criativo e artístico, digamos assim. E é exatamente sobre isso que Honey and Clover se trata. Com um pouco de drama na estória também, mas coisas mais ou menos do dia a dia. A pintora gênio, o maluco gênio, o esforçado, o veterano, as crises de criação, a correria de entrega do TCC, a convivência em república. Pena ser um pouco melancólico às vezes, mas esse título me traz muitas boas recordações :).


2006 - Death Note (Tsugumi Ohba)
Esse anime é meio Breaking Bad assim, a estória é tão boa e tão fechadinha que você não consegue parar de ver até acabar, nossa senhora. A primeira temporada é melhor que a segunda, mas ambas não possuem nenhum furo, realmente faço jus quando comparo com Breaking Bad, poderia virar uma série live action do mesmo nível sem problemas. Muito disso se deve à dois personagens gênios protagonistas da série, Kira e L, num jogo de polícia e ladrão absuurdamente inteligente e com reviravoltas impressionantes.


2011 - HunterxHunter Remake (Yoshihiro Togashi)

Hunter x Hunter REMAKE de 2011, não esqueça. Foi feito um outro anime mais antigo que é bem ruinzinho, o bom é o remake mesmo. Não se deixe levar pelo traço infantil, essa obra é para um público do adolescente para adulto. Eu sinceramente não sei nem como começar a abordar sobre ela, mas acho que antes de tudo devemos nos despir de preconceitos em relação ao estilo shounen (mangá de ação para meninos). 
Togashi já ultrapassou essa barreira a muito tempo e usa o estilo apenas como pano de fundo para estórias, e principalmente, a forma de contá-las.

Um exemplo, vamos usar a situação "a bola caiu no chão",ok? Para nós a bola caiu no chão, se fôssemos descrever como Togashi faz em Hunter x Hunter seria: a bola caiu no chão. Nesse momento a cinco passos atrás havia um garoto com um bastão, o garoto já havia lembrado do trauma de infância de 10 anos quando perdera a bola do pai no lago e ele o castigou (1 episódio falando sobre isso). Próximo episódio, a bola caiu no chão, nesse instante fulano saiu do hospital andando calmamente enquanto está à um passo de pisar nela. Próximo quadro, enquanto isso pipoqueiro sai correndo desesperadamente para pegar a bola que está caindo no chão. Mais ao fundo um pássaro observa a bola nos ombros de um homem misterioso. O homem pensa alguma coisa, o pipoqueiro pensa alguma coisa, o menino alguma coisa e o fulano do hospital outra coisa, no mesmo instante.
O desenrolar a seguir então conta com todos os personagens envolvidos na cena que se interligarão e trarão um desfecho inusitado e fantástico para a bola caindo no chão.

É isso, o autor descreve e desenvolve a cena inteira por diversos pontos de vista e a torna riquíssima, entrelaçando diversos personagens e mesmo que um desses não apareça de novo, será desenvolvido. Muitas vezes mesmo que uma cena dure um segundo, ele voltará e trará o ponto de vista de cada personagem, de forma interessante e nada cansativa, é impressionante.
Olha após ver ou ler Hunter x Hunter você ficará convencido de que Togashi é um gênio, de fato. Além desse tipo de narrativa absurda também constrói seu mundo próprio, aliás, mais de um mundo nessa estória (uns 5 talvez?), raças próprias e principalmente, regras próprias. Nisso eu tenho certeza que o autor jogou e ainda joga muito video game nessa vida, porque todas as estórias sempre possuem regras em passos para alcançar um objetivo, e se elas forem quebradas muitas vezes a pessoa morre.

Também há uma variedade imensa de personagens que vão e voltam nos arcos. Apesar de haverem 4 principais, muitas vezes eles somem e personagens terceiros ou quartos tomam a liderança de um determinado arco de estória.
Existe um PG18+ aí porque a violência não é gratuita, mas quando vem é fria e crua.

Com relação às cenas de ação, as lutas. Nenhuma delas é estendida e o que prevalece é a inteligência e estratégia. Nada de Dragon Ball Z, existem inclusive situações em que uma luta é interrompida e o lutador foge para conseguir alcançar uma estratégia melhor.

A forma como a energia é abordada, o "ki" (ou "nen"), também é muito bem explicada e desenvolvida de acordo com jogos de RPG que vejo por aí, tipos de cada pessoa, como desenvolvê-la, os pontos altos e fracos de cada um, é na verdade muito interessante entender como a energia funciona nesse universo.
Togashi experimenta tudo o que pode nesse título e é por isso que a chamo de obra prima do autor (e uma das minhas preferidas ever).


2013 - Shingeki no Kyojin / Attack on Titan (Hajime Isayama)

Shingeki ainda está em produção para uma segunda temporada, se não me engano. Posso comparar o anime com uma das séries que me deixa mais tensa atualmente:  Walking Dead. Na verdade acho que é uma mistura de Walking Dead com Game of Thrones, porque possui muita carnificina crua e mesmo os personagens mais queridos morrem, imprevisível. A estória é original e muito bem construída, com um universo próprio futurístico em que gigantes estão aniquilando a raça humana (sério, de onde saem essas idéias malucas? hahahah), pós-apocalíptico. É viciante e já teve vez em que fiquei tão tensa assistindo que tive pesadelo depois hahaha, que loucura. Shingeki está famosíssima no ocidente, logo mais terá um live action (bem feitíssimo pelo visto) e já possui projeto de participação na Marvel com Homem-aranha (curioso, não?). Pessoal curtiu muito e mesmo quem não está integrado na cultura japonesa vive falando em blogs, podcasts e vlogs de cultura pop geral por aí, muito legal.



Making of do live


Comercial teste para o Live Action


Bom, é isso, meu top 10 animes. Fica a dica :). Beijos!
2  títulos que estou devendo assistir e sinto que entrariam na listinha:
Paprica
Full Metal Alchemist Remake

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