28 de abril de 2012

Reflexões momentâneas sobre moda japonesa para o dia-a-dia

Após assistir o 2º programa do Kawaii Internacional um monte de pensamentos vieram e eu preciso expressá-los de alguma forma. Pensamentos bons e ruins, e construtivos, quem sabe. Bom, só gostaria de deixar claro que é o que eu penso para a minha vida, não pensei em dar lição de moral em ninguém via internet (o que eu simplesmente odeio, esse tipo de coisa pela internet), são apenas considerações para parar e refletir.

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Sabe, vendo os japoneses se jogando tão profundamente em roupas, make e cabelo até me dá aquela super vontade de morrer muito mesmo nisso, mas a real é que só dá para fazer isso naturalmente se você morar lá. Ter um estilo tão extremo diariamente também revela um extremismo de comportamento ou então uma completa alienação do que está ao seu redor.

Como ter essa vida completamente japonesa vivendo em outro país, não receber nenhuma influência daqui? A moda japonesa é rica como é porque mistura absolutamente tudo o que está ao seu redor, ficar fechado no que eles misturam por lá e não "misturar" nada por aqui (ignorar o que existe em seu país) é para mim uma completa contradição e total ignorância do que é fazer street fashion.

Outro fator é a idade, sim, a própria, para você leitor que já sentiu a adolescência se esvaindo a muito tempo? Poisé, não dá mais para ficar o dia inteiro pensando em maquiagem, cabelo, comunidades, modelos e looks, não é? (e olha que eu penso nisso a LOT). Existe trabalho, dinheiro, família, construir um futuro e muito mais o que a vida nos traz para pensar que perto disso fica meio fútil, sabe? Esse é outro fator que vai consumindo cada vez mais nosso tempo e torna essa imersão total em um jeito de viver tão extremamente diferente ainda mais difícil (o que me faz realmente pensar que esse lance de idade pode ser importante mesmo).

O que tento fazer atualmente é adequar meu dia-a-dia com influências orientais e ocidentais. Para mim não adianta fazer um estilo 100% igual, se você sai na rua e fica parecendo um cosplay sabe (não é falar mal de cosplay, mas parecer algo irreal e que até pode parecer um personagem, uma fantasia, não parecer você mesmo, mas sim uma cópia de alguma outra coisa), de vez enquando é até legal ser mega diferente e "out", mas no dia-a-dia para ir no médico ou pegar o metrô lotado, simplesmente não vale a pena.
1 dia em Tokyo e só pela influência ao seu redor você já fica mais extremo naturalmente, enquanto por aqui é bem o contrário. 
No fim do dia eu só quero é estar confortável comigo mesma e assim mesmo não ser igual a todo mundo, ter meu estilo próprio e não precisar ser mais nada além disso, sendo oriental, ocidental, ou o que quer que seja. :)

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6 comentários:

rika disse...

é. tou tentando me conformar que realmente não é a mesma coisa. aqui é tudo 589548954895 vezes mais difícil e desconfortável, tem inúmeros fatores (culturais, idade e clima pesam bastante realmente).
adaptação é algo necessário, mas as vezes a "essência" do estilo se perde tanto nesse processo, que as pessoas exenrgam como "errado". acho que falta mta informação de moda pras pessoas fazerem looks convincentes que são bons independentes da classificação do estilo. me parece que que ainda estamos aprendendo o básico e não estamos prontos pra transcender em questão de estilo.

o meu ideal (que nem é tão ott) acaba se limitando ao final de semana, porque o cotidiano simplesmente não permite. :( mesmo que eu me esforce não vale a pena. daí a gente tenta agregar pelo menos um pouco dos gostos pessoais em cada situação pra se sentir melhor (leia-se criar um estilo), nem que for uma bolsa ou uma bijuteria... isso até tem me bastado ultimamente. o conforto, praticidade, etc, está sendo mto mais compensador do que o ideal antigo de "parecer diferente" de antes. mas admito sinceramente que seria mto legal ter mais liberdade pra quando o quisesse fazê-lo.

Lullie disse...



Moda japonesa me inspira pra caramba em vários sentidos. Acho que perceber a diferença entre, como vc disse, "andar na rua parecendo um cosplay" e ser vc mesma (como quer q vc seja) leva um tempo e vem com a idade de fato (hehehe!!). No meio do caminho a gente se pega mega ultra produzida pra uma ocasião "nada demais", ou se vê tentando ser o que a gente não é por conta de adorar um visual.

É aquela coisa do 8 ou 80, vejo eu. Não precisa andar por aí se retorcendo num salto dentro do metrô só pra bancar um estilo, e também não precisa andar de blusa branca e calça preta só pq "já que não dá pra ser 100%, não vou nem começar". Misturar, equilibrar e adequar acho que é a medida ideal :) e principalmente, ser vc mesma.
:)

Cláudia disse...

É Rika, ainda existe muito essa coisa de classificação, de "estilo", do que é certo ou errado, ao invés de se experimentar mais. No fim é você que veste, você que deve estar confortável com aquilo e se um terceiro vira e fala que está errado, sendo que vc tem total controle e noção sobre cada detalhe o que está vestindo, aí o problema não é mais seu, pra falar a verdade, talk to the hand, saca? :)
É, eu também estou assim, tento brincar um pouco mais nos fds, e mesmo nesse dependendo do lugar perco um pouco a inspiração. Obrigada por compartilhar aqui a sua opinião, é bom saber que não sou a única que sente algo de muito errado no jeito como as coisas estão caminhando. Beijos!!

Cláudia disse...

Lullie, não tenho nada mais a dizer, obrigada por ler minha mente :). Muito amor pra vc ♥♥

Leane Kei disse...

Olá!!! ^^
Li o seu post e devo dizer que fiquei um tanto abismada. As pessoas geralmente querem seguir um estilo, pois de alguma forma o admiram. Concordo plenamente, não se pode querer fazer um estilo de vestimenta (ou mesmo de comportamento) seguindo estilos apenas de um país estrangeiro, até mesmo porque o estilo é o que vem de cada pessoa, é o que ela é. Logo, obviamente que terá mesclas da cultura dessa pessoa. Mas acontece que essa cultura é variada, como cada um tem sua forma de ver o mundo, cada um tem sua forma de se expressar no mundo.
Acho errado querer padronizar algo como a vestimenta. Esta é uma das coisas que admiro na Street fashion. Cada um cria aquilo em que se acha confortável. Não tem o que se dizer da bolsa que combina com o quê, se a cor da saia não está de acordo com a blusa. Você veste aquilo que te traduz e ponto final.
Mas agora, não entendo como o fator idade atrapalharia nisso. A pessoa pode envelhecer e simplesmente ter a moda alternativa como um hobby. Mas mesmo que a queira seguir diariamente, isto é uma opção da pessoa. Um dos grandes problemas da sociedade seja ela ocidental ou oriental, ou qualquer coisa, é o preconceito. Deve ser uma necessidade muito grande das pessoas de querer estabelecer padrões e então, os que fugirem dele, serem massacrados e humilhados.
Eu realmente ficarei feliz se algum dia as pessoas deixarem de pre estabelecerem conceitos e deixarem simplesmente cada um ser como deseja ser, mas não sei, a cada dia que passa acho que isso acontece menos e isso me preocupa.

Cláudia disse...

Olá Leane, só agora dei uma olhada em posts antigos e vejo o seu por aqui. Fico feliz que entenda esse olhar de adaptar o seu estilo buscando sim influências externas, mas não se esquecer de onde mora e entrar numa bolha com isso.
A questão da idade no texto que escrevi se refere a uma imersão total, se focar inteiramente e se divertir com isso (obviamente). O problema da idade é que (como inclusive citei no texto) muitas outras responsabilidades chegam na vida adulta e acabam sugando essa energia e tempo (principalmente). Eu concordo com você que a pessoa pode envelhecer e adotar isso como hobby (que é inclusive o que a maioria que está envolvido com moda jap por ex faz), agora limitações sempre existem e vou dar um exemplo forte: trabalho. Eu por exemplo estou a mais de um ano querendo pintar o cabelo de rosa e não consigo por causa do bendito (e olha que trabalho com área de criação, que deveria aceitar mais essas coisas - num mundo ideal).
Se a pessoa só estuda e não precisa pagar contas ela pode fazer o que quiser, andar do jeito que quiser (inclusive todos os dias), e de fato era o que eu fazia quando estava desempregada, mas quando você começa a trabalhar, aí a coisa muda de figura...
A não ser que seja em algum lugar bastante alternativo ou em moda (que diga-se de passagem, também tem seus padrões em empresas, lojas, etc)
Isso tudo aliado a cansaço e outros problemas que chegam na vida acabam carregando um desânimo cada vez maior para se dedicar tanto a aparência, a um estilo ou estilo pessoal, não sei se me fiz entender.
Por mais que eu ame ficar 5 horas arrumando roupas diferentes para usar, tem dias de folga em que estou cansada demais e acabo com um jeans e camiseta, para ficar mais prático.